19 outubro, 2007

Direto da altitude de Quito, com vocês, Saulo Machado

Parecia mentira. O ar rarefeito naquele pico no meio dos Andes (anotando essa expressão: “pico no meio dos Andes”) privava minha mente do oxigênio necessário ao discernimento básico da realidade. Mas não era ilusão: eu estava mesmo ali, num sítio arqueológico a mais de 5 mil metros de altitude, vislumbrando o Templo da Perdição, que acabara de ser descoberto por Saulo Jones Machado, um dos mais polêmicos arqueólogos desde Han Solo. Papo sério? Não dei a mínima pro tal “Templo”, só queria saber de entrevistar o Saulo.

ACHEI NO LIXO: Ouvi dizer que você mora em uma cidade que é considerada a “capital dos Grandes Lagos”. Isso é verdade? Qual é a desses lagões?

SAULO JONES: É verdade sim, moro na famosa capital dos grandes lagos. Mas esse nome na verdade foi uma confusão lingüística. Rio Preto é uma cidade famosa pelos adoradores de jogos de azar, e o antigo barão Andaló, ao praticamente ter seu cassino quebrado devido à quantidade de pessoas que conseguiram um 21 no blackjack soltou a frase: “Essa porra de cidade é a capital dos grandes LARGOS!” O tempo e a surdez cuidaram do resto da história.

ANL: Como é ter um blog tombado pela UNESCO?

SJ: Fiquei realmente muito contente com a iniciativa da UNESCO. Já faz muito tempo que tenho trabalhado na melhoria das condições dos blogs no Brasil, é bom receber o devido reconhecimento. Fora isso é uma bosta, achei que ia ganhar dinheiro, ganhei merdas.

ANL: Um vídeo-game com um furo no meio, outro que precisa ficar um tempo no freezer para funcionar e uma camiseta do Demolidor que foi pro saco na primeira lavada. Fatos ou lendas?

SJ: São fatos, embora tenha-se criado muito alarde em torno das situações. O furo no videogame foi resultado do uso intenso na tentativa de levar o maldito Alex Kidd ao Miracle World - não que ele tenha derretido ou algo assim, apenas perdi o tato social e iniciei brigas corriqueiramente, até um vaso ter seu destino ligado ao do aparelho. Bom quanto ao videogame que precisava de frezeer, apenas tenho um conselho: cuidado com muambas. A camiseta do Demolidor, na verdade, foi pro saco na segunda lavada. Antes disso, ela tinha ido parcialmente pro saco ao se ignorar o aviso de não passar ferro na estampa. Ela terminou sua estadia nesse mundo ao se ignorar o aviso de não lavar na cândida, claro que me refiro à Dona Cândida, mulher de terrível capacidade na hora de lavar camisetas cools, e não ao alvejante de nome homônimo.

ANL: Você costuma fazer investimentos de risco?

SJ: Sim, não sei quem colocou essa informação na boca quente. Apostei cinquentão que ia rolar uma pergunta sobre isso e ganhei cenzão de dois otários. Como tinha apostado antes com 3 babacas que ia ganhar dinheiro dos otários ganhei mais 150 conto. Meu saldo final foi 250 no bolso três costelas partidas e um baço perdido. Então acredito que pode-se usar o termo investidor de risco.

ANL: Andam dizendo por aí que você pretende imitar seu grande ídolo Didi Mocó, subindo na mão do Cristo Redentor. O do Rio de Janeiro, claro. Procede?

SJ: Em termos, pode-se dizer que sim. Na verdade, o convite partiu do próprio Didi, porque ele estava disposto a repetir o famoso feito que realizou a alguns anos atrás e me convidou para ingressar na aventura junto com ele. Sinceramente, apenas vou aproveitar a oportunidade para passar a mão na bunda de Mocó e mandar um highfive com o Nazareno!

Cordilheira dos Andes, 2007
Eu e Saulo, foto de Sebastião Salgado,
usando a famosa técnica "Against the Sun" (ATS)

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